Quando uma parte do nosso Cérebro deixa de ter aporte de Oxigénio e nutrientes pela circulação sanguínea resultante de obstrução total ou parcial dos vasos sanguíneos que fazem a perfusão dessa zona do Cérebro, então temos um AVC. Este tipo de AVC, que denominamos de isquémico por originar isquémia e morte celular, pode não ocasionar de imediato obstrução total, mas esta decorrer com a evolução progressiva da oclusão da artéria. A obstrução progressiva corresponde também a um período de tempo em que surgem os primeiros sinais e a morte celular por oclusão total. Por isso é importante o acesso rápido a cuidados de saúde de forma a minimizar as consequências graves deste tipo de patologia.
Quando em vez de oclusão de uma artéria temos a ruptura da mesma, pode ocorrer uma hemorragia que desencadeia uma massa de sangue que em vez de irrigar o cérebro vai exercer compressão sobre o mesmo. É um AVC hemorrágico. O dano cerebral pode ser reversível se ocorrer reabsorção desse hematoma pelo próprio cérebro ou se se proceder cirurgicamente à drenagem do sangue. O tempo de espera pode ser decisivo sobre as sequelas deixadas pelo hematoma. Este tipo de AVC é cerca de quatro vezes menos frequente que o isquémico.
Se o AVC isquémico tem curta duração e se se restabelece a circulação cerebral então denominamos de AIT ou acidente isquémico transitório, patologia que pode acontecer e passar desapercebida.
O AVC é a principal causa de morte em Portugal e o país europeu ocidental com maior taxa de mortalidade por esta patologia.
É importante uma abordagem precoce destas situações clínicas pelo que devemos ter presentes os sintomas de um AVC, que podem ocorrer isoladamente ou surgir mais que um. São a assimetria da hemiface, com o canto da boca e pálpebra descaído, dificuldade na linguagem, dor de cabeça intensa e súbita, perda de visão e falta de força ou dificuldade em realizar movimentos em metade do corpo. Pode acontecer manifestar-se só por dificuldades súbitas na marcha e no equilíbrio, mas é rara esta apresentação.
As sequelas de um AVC podem ser passageiras, durarem meses e remitirem, ou instalarem-se para sempre. Por isso, deve um AVC ser diagnosticado e iniciar tratamento o mais cedo possível. A várias disciplinas toca a reabilitação de um AVC, sendo fundamental o trabalho de Equipa.